Cada dia é uma pequena vida.
Ao acordar, nascemos.
Com esperança de mudar o mundo,
traçar outro rumo, largar o fumo.
E nos primeiros minutos de “vida”
não pensamos direito, tal qual
o mau humor do bebê a chorar.
Uma hora se passa e já estamos alertas.
Sair de casa é como o primeiro dia
de escola.
É mais legal ficar na cama, embaixo das
cobertas, mas o desafio é: o medo enfrentar.
Na metade da “vida” já surgem as inquietudes.
Escolher o almoço é tão difícil como a profissão
que levarei para minha vida inteira.
De barriga cheia, ficamos sonolentos.
É a faculdade que não acaba, é a ansiedade
em viver a “vida”.
A noite começa mostrando o que tem de melhor.
O calor já não existe, o sol se escondeu.
Encontrar os amigos na rua deve ser tão saboroso
como chegar em casa e “assistir” os filhos.
Hora de ir deitar, beijo em quem agente ama.
Ao colocar a cabeça no travesseiro a mente viaja,
o dia se inflama! Quem nunca pensou no dia que
teve antes de dormir?
É como aquele filme da vida, que passa antes
da gente morrer. Tão rápido quanto deve ser.
Dormir é matar mais um dia.
Morrer em mais dia.
Dormir é morrer.
Com uma única diferença.
Sei o que pode vir com a morte,
mas nunca desconfio o que vai acontecer
quando eu acordar no dia seguinte.
Cada dia é uma pequena vida.
Cada sono é um ensaio pra morte.